São elos metálicos onde uma peça chamada gatilho se abre quando pressionada e fecha automaticamente por ação de uma mola interna. Os diversos tipos e funções são descritos abaixo. Quase todos os mosquetões para escalada são fabricados em alumínio, mas em liga especial e com tratamento térmico que proporcionam grande resistência aliada à leveza deste metal. Há vários formatos diferentes e com ou sem trava no gatilho, conforme sua utilização específica dentro das técnicas de escalada. Há também mosquetões feitos em aço, extremamente resistentes e duráveis, porém devido ao peso excessivo pouco utilizados em escalada.
Os dados gravados na lateral, indicam que a resistência é bem maior com o gatilho fechado e a tração sendo exercida longitudinalmente. |
A resistência, indicada na lateral, é expressa em kN (quilonewtons) e isso não é a toa, pois ao perguntar quantos kg (quilogramas) um mosquetão agüenta, não levamos em conta que isso depende da aceleração a que esses kg estejam submetidos e qual será o papel do mosquetão na desaceleração, assuntos tratados no tópico fator de queda.
O kN (kilonewton) é uma medida de força, mais adequada, por resultar do produto da massa pela aceleração, mas é comum as pessoas perguntarem a quantos kgs equivale, confundindo os conceitos de força e massa. Bem, já que todo mundo quer saber quantos kg pode-se pendurar estaticamente num mosquetão até este arrebentar, então vamos lá: 1 N (Newton) é a força capaz de acelerar em 1m/segundo uma massa de 1 kg. O prefixo K multiplica isso por 1000. Insistindo em "traduzir" isso em massa, pode-se dizer que cada KN "equivale" a uns 100 kg, então, segundo os dados do fabricante, o mosquetão acima suporta, aproximadamente, 2.200 kg quando tracionado no sentido longitudinal (apenas 600 kg com o gatilho aberto) e 400 kg quando solicitado lateralmente. Antes que alguém pense "até aberto está bom, pois peso só 70 kg", é bom lembrar que a aceleração em quedas multiplica a força, então o equipamento deve ser utilizado corretamente, sem torções, flexões ou tração incorreta, conforme as ilustrações abaixo.
Mosquetões com trava são usados em ancoragens, para dar segurança e conectar aparelho de rappel. Os sem trava são usados nas costuras, sempre em pares de gatilho curvo e reto, o reto é clipado na proteção e no curvo passa a corda. Os mosquetões de costura mostrados abaixo tem fendas próprias para acomodação das fitas, detalhe útil porém não essencial.
Esta luva rosqueada sobre o gatilho impede aberturas acidentais. Não se deve forçar a trava ao rosquear, pois isso pode dificultar a reabertura, basta tocar a luva no final da rosca. |
Esses são os tipos básicos, embora hajam muitos outros modelos. Os mosquetões para costura não tem travas pois o escalador tem que clipá-los muito rápido à corda e às proteções, muitas vezes em momentos críticos. Em compensação, seu formato faz com que a tração tenda a ser exercida sempre no eixo maciço, proporcionando grande resistência.
A vida útil de um mosquetão depende de sua utilização, com o tempo os gatilhos podem apresentar problemas como jogo na articulação, quebra da mola ou travas presas, casos em que devem ser descartados, assim como os que caem de grande altura, devido ao risco de trincas internas. Deformações, rebarbas ou fissuras também são motivos para aposentar um mosquetão.
No alto, os principais tipos de mosquetão. Acima à esquerda, mosquetão com polia, para diminuir o atrito com a corda. À direita, wiregate (literalmente gatilho de arame), em que o fino aço do gatilho, além de diminir o peso do equipo, também diminui a possibilidade de abertura acidental por inércia em caso de impacto. |
Depois de serem utilizados na maresia ou no barro, os mosquetões podem ser lavados com água doce, e uma gotinha de lubrificante pode ser colocada na articulação dos gatilhos.
Acima, alguns dos diversos cuidados ao posicionar mosquetões. Ao lado, o motivo do formato assimétrico, que poupa o gatilho de receber tração. |
© Stefan Semenoff
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