O capítulo A Cordada deixa claro o que é dar segurança e a diferença entre segurança de cima (top-rope) e segurança de baixo (para o guia). Veremos como fazer ambas, além de outras formas, como você pode ver nos links ao lado. Antes, alguns príncipios válidos para todas:
Nunca é demais lembrar que a responsabilidade de ter a vida de seu companheiro de escalada nas mãos não permite negligência. Ou se dá segurança com atenção e responsabilidade, ou não se dá segurança. Não existe espaço para a desculpa de que "o lance era fácil, então não prestei muita atenção...". Ao escalarmos com segurança estamos contando com ela, a gravidade não sabe se o lance é fácil ou difícil.
Outro detalhe importante é a comunicação entre escalador e segurador. O escalador deve avisar que vai começar a subir e o segurador deve confirmar que a segurança está pronta.
Seja de cima ou de baixo, sempre é preciso algum sistema para travar a corda em caso de queda, que pode ser um aparelho (ver em Equipamento) fabricado especialmente para isso, ou um freio de rappel, ou o nó dinâmico UIAA (ver em Nós). Antigamente usavam-se passagens da corda ao redor do corpo, mas atualmente essa técnica é obsoleta, tendo apenas interesse histórico.
O que não mudou é que sempre há uma ponta da corda que vai para o escalador (mão-guia) e outra (mão-freio) que fornece corda quando a segurança é de baixo e recolhe corda quando a segurança é de cima. Seja de baixo ou de cima, sempre é a mão-freio que trava a corda em caso de queda.
A arte do segurador consiste em dosar a tensão da corda conforme a necessidade do escalador, não deixando frouxa a ponto de aumentar a altura de uma queda, nem retesada a ponto de atrapalhar os movimentos de quem escala. Quando há contato visual isso é mais fácil, porém são comuns situações onde o segurador não enxerga o escalador, nesses casos sentir os movimentos pela mão-guia é essencial.
O nó, aparelho ou freio usado para dar segurança pode ser clipado na ancoragem ou na cadeirinha, essa escolha depende da posição da ancoragem em relação à via e da preferência dos escaladores, alguns só admitem a segurança na cadeirinha.
Embora aparelhos como o grigri sejam mais eficazes do que o nó UIAA ou freios de rappel, é importante aprender primeiro a usar o UIAA e os freios por motivos pedagógicos (a vivência adquirida neste aprendizado habilita a aproveitar e valorizar melhor as facilidades proporcionadas pelos aparelhos) e também prevendo a situação de não haverem aparelhos disponíveis.
Os freios são adequados para segurança de cima e o nó UIAA para segurança de baixo, pelo seguinte: A segurança com freio é mais rápida e ágil, porém pode derrapar (demorar para frear a queda) sob as fortes cargas causadas pelas quedas de guia. A segurança com nó UIAA é um pouco mais lenta e trabalhosa (pois a corda corre mais fácil nos freios do que no UIAA), mas suporta facilmente grandes cargas. Nos exemplos de segurança com freio, geralmente aparece o freio oito, por ser o mais comum, mas qualquer outro freio de rappel pode ser utilizado.
© Stefan Semenoff
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