Fator de Queda é o resultado obtido dividindo-se a distância de uma queda pelo comprimento da corda (ou do talabarte ou auto-seguro) que absorveu o impacto da mesma. Ou seja, através da fórmula FQ=DQ/CC, devemos obter um valor que geralmente vai estar entre 0 e 2, onde FQ = fator de queda, DQ=distância da queda e CC= comprimento da corda. Como eu detesto matemática e nunca tive afinidade alguma com isso, vamos aos exemplos ilustrativos:
EXEMPLO 1: FATOR DE QUEDA ZERO
linha amarela= comprimento da corda (CC)
linha vermelha: distância da queda (DQ)
Fator de Queda (FQ)=DQ = 0,2 metro (ou seja, 20 cm) Resultado: 0,2
CC = 1 metro (ou seja, 100 cm)
Sempre que o fator de queda for igual ou próximo de zero, teremos a menor incidência de força de impacto no corpo do homem, ou seja, é a condição mais segura.
EXEMPLO 2: FATOR DE QUEDA 1
linha amarela= comprimento da corda (CC)linha vermelha: distância da queda (DQ)
Fator de Queda (FQ)=DQ = 1 metro Resultado: 1
CC = 1 metro
Sempre que o fator de queda for igual ou próximo de 1, teremos o rompimento dos absorvedores de impacto (no caso de utilizar talabartes duplos, como em trabalhos em altura), e de ocorrência de lesões ou contusões no corpo do homem. A maioria dos fabricantes de cadeirinhas, cintos, talabartes e cordas, determinam que quando ocorrer uma queda fator 1, todos os equipamentos envolvidos na absorção desse impacto sejam retirados de uso e destruídos, pois podem não suportar uma nova queda.
EXEMPLO 3: FATOR DE QUEDA 2
linha amarela= comprimento da corda (CC)linha vermelha: distância da queda (DQ)
Fator de Queda (FQ)=DQ = 2 metros Resultado: 2
CC = 1 metro
Sempre que o fator de queda for igual a 2, teremos o rompimento dos absorvedores de impacto (no caso de utilizar talabartes duplos, como em trabalhos em altura), e de ocorrência de lesões graves, contusões ou até rompimento de orgãos, gerando um quadro grave de hemorragia interna. Assim como no fator 1, todos os equipamentos envolvidos na absorção desse impacto devem ser retirados de uso e destruídos, pois não suportarão uma nova queda. Essa é a situação mais perigosa que um trabalhador pode se expor, e exige uma análise mais criteriosa para podermos minimizar o risco de ocorrência de queda ou prever um sistema eficiente de absorção desse impacto. No vídeo abaixo, fica claro o comportamento de uma corda em uma queda fator 2; na primeira queda, ela resiste, mas na segunda, ela rompe.
Estudos mostram que em um fator de queda 2, para um homem que pesa em média 100kg, sem sistema de absorção de impacto, ou seja, impacto estático, a força gerada durante uma queda pode chegar próximo dos 2.000kg (o corpo humano suporta em média 1.200kg sem que ocorram lesões), o suficiente para ocasionar ferimentos graves.
Lembrando que no caso dos escaladores, com suas constantes quedas, todas elas são fator 0, e ainda mais, a corda utilizada é dinâmica e absorve parte do impacto gerado pela queda.
Conclusão: sempre se ancore acima da linha do peito, pois dessa forma você garante um fator de queda abaixo de 1!
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