terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Trilha Costeira de Zimbros - Bombinhas SC
Download do aquivo para Google Erth
Ficha Técnica:
Dificuldade: Fácil / Moderado
Distância: 8 km – ida e volta
Pontos de Interesse:
- Praia de Zimbros;
- Praia do Cardoso;
- Praia da Lagoa;
- Praia Triste;
- Praia Vermelha;
- Cachoeira Praia Triste.
Quem pode ir:
Dado a dificuldade arrisco dizer que qualquer pessoa com pouco preparo físico é capaz.
Localização:
A trilha costeira de Zimbros inicia-se no final da praia de mesmo nome, localizada no município de Bombinhas em SC.
Relato:
Praia de Zimbros – Boi Na Linha
Estávamos hospedados em uma pousada bem bacana na praia de Zimbros, próximo ao inicio da trilha. Por volta das 7h iniciamos nossa caminhada, eu e a Cricia. O dia estava perfeito, poucas nuvens e temperatura agradável.
No final da praia havia três garotos, estavam equipados com arpão, snorkel, pés de pato... (pensei até que iam pescar tubarão ahaha). Quando perceberam que nosso intuito era fazer a trilha costeira começaram a nos assustar. Disseram que por conta da farra do boi (ainda muito forte em SC mesmo com a proibição por lei) haviam soltado um boi nas proximidades da Praia da Triste, um dos pontos ao qual deveríamos passar. Eles falavam tão rápido e cantado que foi a única coisa que conseguimos entender em 5 minutos de conversa rs. Decidimos continuar mesmo com a possibilidade de ter que encarar o boi.
Praia do Cardoso – Pegadas na Areia
Iniciamos a trilha de fato e já no começo tem uma subidinha íngreme e cheia de erosões, mas poucos metros adiante já estávamos na Praia do Cardoso. Percebemos que a areia era bem mais grossa que a de Zimbros, descobri depois que isso ocorre por conta de sedimentos, provenientes da criação de mariscos. Acredito que esta seja a praia com a faixa mais curta de areia, mas igualmente bonita e interessante.
Praia da Lagoa – Pesca Mortal
Saímos do Cardoso e retomamos a trilha. Os garotos estavam um pouco a nossa frente e constantemente gritavam: olha o boi ahahaha, estavam realmente querendo nos assustar. Este trecho é um pouco mais extenso que o anterior, mas em poucos minutos já pudemos avistar a Praia da Lagoa.
E lá estavam os garotos preparando-se para “caçar” na lagoa de pouco mais de meio metro de profundidade kkkkkkkk Fiquei me perguntando pra que tantos aparatos hehe. Ficamos algum tempo apreciando a vista e batendo algumas fotos e então deixamos os garotos e seguimos adiante.
Praia Triste – Triste?
Muito cuidado, pouco depois de reiniciar a trilha, sentido Praia Triste, existe uma bifuração. Deve-se pegar a esquerda, caso contrário sairá no Morro da Antena. Pedi que a Cricia me aguardasse enquanto percorria parte da trilha a direita. Cheguei até a parte mais alta antes do pequeno vale que teoricamente daria acesso ao tal morro. A vista era sensacional, dava pra ver a fazenda de mariscos e a Praia do Cardoso.
Voltei até a bifuração e continuamos nossa pequena jornada. Dali até a próxima praia o caminho ganha altitude e a vista fica cada vez melhor. Bati uma foto de Governador Celso Ramos, que lá de cima mais se parece com uma ilha. Então começamos a descer e trilha tinha cada vez mais erosão até que chegamos a Praia Triste, que de triste só tem o nome mesmo.
Havia um grupo acampado lá, com direito a crianças e cachorros hehe. Conversamos um pouco com eles e constatamos que a história do boi era verídica, mas que ele já não estava mais por lá, tinha seguido em direção a Porto Belo. O Coitado foi levado amarrado até a praia de barco. Sabíamos que havia uma cachoeira ali perto, mas preferimos deixar pra volta.
Praia Vermelha – Motos e Freud
Existe um abrigo bem próximo da saída da Praia Triste, infelizmente em mal estado de conservação. Este é o mais longo e difícil trecho da trilha, cheio de subidas e erosões. Ficamos abismados quando ouvimos um barulho de motores. Eram dois motoqueiros fazendo a trilha com suas motos barulhentas. Os caras são realmente profissionais, pois muitos trechos eram complicados de fazer, mesmo a pé. A Cricia já estava bem cansada e assustada com as motos e não queria mais seguir adiante, então tive de apelar pra psicologia: calma falta pouco – disse mesmo sabendo que faltava um tanto considerável hehe.
Depois de descansarmos um pouco e conversarmos muito continuamos nossa caminhada. Para desespero da Cricia ouvimos novamente barulho de motores, desta vez eram outros dois motoqueiros que vinham no sentido oposto. Pensei que era o fim da trilha pra gente porque a Cricia estava apavorada, com medo de ser atropelada pelas motos. Com muito custo a convenci a continuar (te devo uma Freud kkkk)
A trilha se tornou extremamente agradável e finalmente a paz voltou a reinar. Este é o trecho de trilha mais bonito de todo o percurso. Quem me conhece consegue imaginar como estava me sentindo. Após quase 40 minutos de caminhada já conseguíamos ver a silhueta de um conjunto de pedras junto à beira da Praia Vermelha.
Sr. Osnildo – Único Morador e Defensor da Praia Vermelha
Finalmente estávamos na última praia. Subi nas pedras pra sentir um pouco mais de emoção, enquanto a Cricia ficou sentada batendo fotos. Ouvi latidos de cachorros e vi dois correndo em direção a Cricia, felizmente eles só estavam a fim de fazer novas amizades hehe. Continuei escalando as pedras e percebi que agora quem se aproximava era um senhor. Voltei pra areia e me apresentei ao Sr. Osnildo.
Este homem de 63 anos de idade é caseiro de uma propriedade particular, a única da Praia Vermelha. Ele nos contou que fazem 14 anos que vive sossegadamente ali. Ficamos mais de uma hora conversando com ele e antes de ir embora nos convidou a conhecer a propriedade. O Sr. Osnildo trata muito bem seus cães e fez questão de deixar isso bem claro. O “terreiro” estava bem varrido e muito organizado, um exemplo de organização e higiene. A luz elétrica é produzida por um pequeno gerador movido por uma roda d’água, infelizmente a foto não ficou muito boa L. Fomos presenteados com dois pequenos abacaxis (posteriormente o intitulamos como PREMIO ABACAXI) e então nos despedimos do Sr. Osnildo. Confesso que tanto ele quanto eu a Cricia ficamos tristes com a despedida, foi muito agradável passar aquele tempo conversando.
Cachoeira da Praia Triste – Solo
A volta foi muito mais tranquila, estávamos descansados e contentes com os abacaxis rs. Em pouco mais de uma hora estávamos na Praia Triste. Próximo do “abrigo”, quase na areia, existe uma bifuração que leva até a cachoeira. Segundo as pessoas, que estavam acampados, a trilha não passava de 1 km então decidimos subir.
Depois de caminhar um longo trecho por uma trilha sem dificuldades o caldo começou a engrossar, surgiu uma subida bem íngreme cheia de buracos. A Cricia decidiu voltar pra praia e eu continuei.
Não é muito fácil achar a cachoeira, tive que ficar prestando a atenção no barulho da água pra me localizar porque o acesso é bem discreto. Dica: depois do subidão a trilha faz uma curva de 90º e é nesse ponto que deve-se descer sentido rio.
A Volta a Lagoa – Duendes, Aviões e Nuvens
Da Praia Triste até a Praia da Lagoa dá pra fazer em 30 minutos. Não via a hora de tomar um banho refrescante. Havia um casal na beira da lagoa, não lembro o nome deles (e duvido que eles se lembrem de alguma coisa ahahaha), mas eram muito simpáticos. Fui desencorajado a entrar na água, o rapaz deu um mergulho e saiu cheio de barro kkkk. Ficamos um tempo conversando com eles e descobrimos que estavam acampados ali há um dia. Falei sobre o Montanhoso e nossas atividades e nos contaram que já moraram em Curitiba e conheceram o Morro do Canal. Vou tentar relatar a experiência que o rapaz compartilhou com a gente: “Cara, muito loco aquele lugar. Um dia estava no cume do Canal e vieram umas nuvens tipo assim... sei lá sabe, aquelas nuvens cobrindo o cume, daí levantei os braços e parecia que estava num avião, tipo voando mesmo sabe!?” kkkkk O cara contava e gesticulava com os braços erguidos e a namorada dele só dava risada com os olhos quase fechados. Não sei o que eles fumaram, mas imagino que era do bom kkkkkkkkkkk.
Retorno – Moral da História
A volta foi muito mais rápida e antes da 15h já estávamos em nosso chalé.
No outro dia almoçamos em um restaurante nas proximidades e a Cricia já havia feito amizade com a dona (também ela conversou até com os cachorros). Quando contamos que tínhamos ido até a Praia Vermelha e conhecido o Sr. Osnildo ela ficou de cabelos em pé. Disse que ele era louco, meio psicopata e que todo mundo tinha medo dele. Perguntei se ela realmente o conhecia porque o homem que conhecemos era simpático e hospitaleiro. Então ela disse que só tinha ido até lá uma única vez e que nunca havia conversado com ele.
Durante a conversa com o Sr. Osnildo ele se queixou da falta de respeito de alguns visitantes, que muitas vezes adentram a propriedade sem o seu consentimento. Percebemos também que ele, embora simpático, não tolera bagunceiros.
Muito provavelmente o mito foi criado por pessoas que tiveram algum tipo de desavença com o pobre homem e injustamente disseminado na comunidade local.
Não fiquem com medo de conhecer o Sr. Osnildo, tenho certeza que se forem educados e respeitosos terão uma agradável prosa com o defensor da Praia Vermelha.
Links Úteis:
http://montanhoso.blogspot.com.br/2012/ ... as-sc.html
http://turismo.bombinhas.sc.gov.br/
http://www.portobelo.sc.gov.br/turismo/
http://www.guiabombinhas.com.br/
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Adorei a historia de vcs,ja fui varias vezes a Bombinhas e não conheci essas prais que citaram,vou tentar convencer meu marido a fazermos a trilha rsrsrs,vamos nesta quarta feira agora
ResponderExcluirvalew e Parabens