domingo, 24 de novembro de 2013

A CONQUISTA DO PICO PARANA

Por Rafael Briones Matheus
O Pico Paraná encontra-se em uma formação rochosa denominada Serra do Mar. Esta se estende desde o norte do estado de Santa Catarina até o Rio de Janeiro, alinhando-se ao norte com a Serra da Mantiqueira, em uma extensão de aproximadamente 1.000 km. Os imponentes granitos aflorados datam de mais de 600 milhões de anos entretanto, seu relevo só foi soerguido há pelo menos 1,8 milhões de anos atrás. Portanto podemos considerar que a formação da Serra do Mar e, consequentemente do Pico Paraná, se dá em duas escalas temporais distintas, a 1°em relação à sua Geologia (rochas), a 2° referente à sua Geomorfologia (relevo). 
Reinhard Maack
Em uma de suas expedições à Serra do Mar, o geólogo alemão Reinhard Maack e sua equipe conquistaram, em 1941 o ponto mais alto do sul do Brasil (Pico Paraná). Segundo Henrique Schimidlin "Vitamina", "Enquanto conferia rumos e altitudes, munido de seu inseparável teodolito (equipamento utilizado para medir ângulos e distâncias), Maack constatou a existência de duas elevações bem próximas ao Pico Marumbi, com cotas acima dele. Ao conferir a altitude, um susto: estabelece a marca de 1.547 metros contra os 1.800 metros anteriormente a ele atribuído pelo engenheiro Leopoldo Weiss". Despertada sua curiosidade, Maack identifica um conjunto rochoso com altitudes superiores às que já haviam sido registradas no conjunto Marumbi. Em seguida fez alguns estudos, e posteriormente incursões à serra, que possibilitaram a descoberta do Pico Paraná, entre outros picos. É importante ressaltar que até a descoberta deste conjunto rochoso o cume mais alto do estado era o Pico Marumbi.
De acordo com Schimidlin "cada cume descoberto recebia o nome de importantes personalidades de nossa história: Eusébio da Mota (pioneiro de nossa geologia), Manoel Ribas (interventor do Paraná e responsável pela vinda de Maack ao Brasil), Getúlio Vargas (presidente da república), Hans Staden (primeiro cronista alemão no Paraná), Ulrich Schmidl (primeiro alemão que atravessou nossas terras) e outros." Mas devido ao fato da legislação brasileira vetar o uso de nomes de pessoas vivas ou mortas pra nomear acidentes geográficos, Maack os alterou para nomenclaturas indígenas: Caratuva, Itapiroca, Camapuan, Camacuan, Ciririca, Tucum, Tupipiá e etc.

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